Considerando o nexo entre segurança hídrica, energética e alimentar e as comunidades tradicionais: uma abordagem integrada para o Cerrado

O Cerrado concentra a maior produção agrícola e pecuária do Brasil, um resultado alcançado às custas da conversão de mais da metade da vegetação nativa do bioma e significativas consequências sobre a biodiversidade, o balanço hidrológico e o clima regional. Os efeitos cumulativos advindos do avanço da fronteira agrícola associados às mudanças climáticas globais em curso têm tornado o regime de precipitação menos previsível, com impactos diretos sobre a produtividade das lavouras e pastagens, o abastecimento de água para a população, e a geração de energia nas hidrelétricas. Neste contexto, os esforços para o aumento na produção de alimentos têm focado não somente na expansão das áreas cultivadas, mas também na intensificação e adoções de nova técnicas de manejo para mitigar os efeitos dos extremos climáticos. Estas medidas, no entanto, podem aumentar as demandas de uso da água e de energia, o grau de ameaça da biodiversidade, e a vulnerabilidade dos pequenos agricultores e comunidades tradicionais que sofrem com as rápidas mudanças na paisagem.

Buscando avançar no conhecimento científico e social sobre como a produção de alimentos no Cerrado impacta ou é impactada pelo clima, e como a expansão e intensificação da agricultura pode mudar as demandas do uso da água e energia e o grau de vulnerabilidade das populações tradicionais, este projeto visa integrar várias bases de dados já existentes e algumas em construção para alcançar os seguintes objetivos:

1) definir para o tempo presente os limitantes climáticos e hidrológicos para a produção e intensificação agrícola;

2) avaliar como a intensificação da agricultura e as técnicas de manejo para mitigação das variações climáticas têm afetado as demandas de uso da água e de energia;

3) avaliar o grau de vulnerabilidade das populações tradicionais, incluindo povos indígenas e quilombolas, diante da expansão e intensificação agrícola, e mudanças climáticas;

4) avaliar os benefícios da recuperação de áreas degradadas para os recursos hídricos, a conservação da biodiversidade e a estabilidade do clima regional.

 

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Equipe

Universidade de Brasília: Mercedes Maria da Cunha Bustamante (Coordenadora), Bárbara de Queiroz Carvalho Zimbres, Letícia Gomes da Silva, Ariane de Almeida Rodrigues, Jéssica Schüler

Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia: Paulo Monteiro Brando, Ane A. Alencar, Divino Vicente Silvério, Leandro Maracahipes dos Santos, Julia Zanin Shimbo, Paulo Ricardo Ilha Jiquiriçá, Lucas Navarro Paolucci, Nubia Carla Santos Marques, Leonardo Maracahipes dos Santos, Wanderley Rocha da Silva, Karinna Matozinhos, Cristina Dias da Silva Amorim

Universidade Federal de Goiás: Laerte Guimarães Ferreira Junior, Claudinei Oliveira dos Santos

Universidade do Estado de Mato Grosso: Eddie Lenza de Oliveira, Charles Caioni, Antônio Carlos Silveiro da Silva,  Robson Santana de Oliveira, Manoel Euzebio de Souza, Ana Heloisa Maia

Woods Hole Research Center: Marcia Nunes Macedo, Ludmila Rattis, Michael Coe, Christopher Neill, Paul A. Lefebvre

University of British Columbia: Michael J. Lathuillière

Max Planck Biogeochemistry: Susan Trumbore

 

Financiamento:

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Instituições colaboradoras:

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